segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Coragem, o ano já está no fim...

"O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem. O que Deus quer é ver a gente aprendendo a ser capaz de ficar alegre a mais, no meio da alegria, e inda mais alegre ainda no meio da tristeza!"

Guimarães Rosa

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Simplesmente Woody

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Crônicas de uma morte repetida

Hoje quando cheguei à universidade e uma amiga me disse "Você também veio de amarelo", lebrei-me que o Tusca começaria à tarde com seu tradicional corso. Senti uma certa vergonha de estar de amarelo, cor que nem mesmo costumo usar, senti vergonha por ser relacionada a festa , não por que ache baladas necessariamente envergonhantes, mas pelo que essa, em geral, se tornou.

Mais tarde ao sair, mais uma vez me esqueci do Corso, peguei o caminho que passava pela Avenida Getúlio Vargas, local do Tusca esse ano, pois devido a morte de um estudante no ano passado a festa e o corso foram transferidos para o extremo da cidade. Aborreci-me com o trânsito lento e impedido, vi muitas pessoas caminhando com suas tradicionais camisetas amarelas e vermelhas, garrafas e canecas a mão, nos bares excepcionalmente abertos, ainda era 7 e meia da noite. Estavam felizes e faziam troça aos carros que passavam.

Quando voltava algumas horas mais tarde pela mesma Getúlio Vargas, vi um rapaz correr atrás de um carro e levar um tombo sério, não ri. Senti pena. Estranhei o número de pessoas que desciam a avenida voltando da festa, ainda eram 11 da noite, andavam com tristeza, um andar constrangido quase que envergonhado, achei que era o pessoal que tinha “queimado a largada” bebido muito durante a tarde e já retornava a casa de ressaca.


Mais a frente em meu caminho de volta, senti medo, pois pensei "um desses bêbados pode encanar comigo", porém,quando cheguei à rotatória vi algo estranho, um perímetro dela estava com tapumes o mesmo que cercava a estrutura da festa (que me lembrou um curral, quando a vi no dia anterior). O ar, em campo aberto, cheirava a vomito, urina e cerveja e havia mais pessoas que andam tristonhas, não havia música, apenas um leve tumulto de pessoas procurando o caminho de casa em meio às latas de cerveja e sacolas plásticas.

Agora a pouco descobri o porquê de a festa acabar mais cedo e o porquê dos ombros arqueados e das cabeças baixas dos jovens que retornavam ao centro da cidade. Um deles havia morrido, fora atropelado pelo caminhão que transportava as bebidas da festa; todas as medidas foram aparentemente tomadas: O transito fora impedido, havia cordas de segurança em torno dos caminhões, a policia civil fazia a segurança, ambulâncias de plantão para carregar ao pronto socorro os muitos casos de coma alcoólico.

Teoricamente tudo fora pensado para que tragédias como a do ano passado e de outros anos não se repetissem, mas mais uma vez um corpo foi estendido no chão, não afogado no córrego como no ano passado ou no lago da UFSCar como alguns anos a traz. Não acredito que a culpa seja da organização, ou mesmo do rapaz que ainda não se sabe ao certo como foi parar com a cabeça embaixo das rodas do caminhão. Responsabilizo esse culto ao divertimento da minha geração.

Essa tensão que inrrompe sobre o ar da universidade na quinta-feira do Corso, esse "off" dado no cérebro depois do meio dia. Onde se desligam todos os sensos necessários a vida em sociedade: auto preservação, responsabilidade e respeito pelo próximo e por si mesmo. Como o André sempre diz “Uma vida resumida a sexta feira.”

Ao olhar todas aquelas pessoas no portão principal da USP hoje, deparei-me com uma juventude que não tem motivos para manter-se sóbria. A festa não é apenas um momento para extravasar o meio semestre árduo, é uma escapatória desesperada da realidade; de todas as formas da cerveja e sexo descuidado a maior apreensão de extasi feita na historia de São Carlos nesse mesmo período do ano passado, entre outras drogas mais pesadas.

Eu sinto muito por essas famílias que perderam seus filhos de uma forma tão trágica e pior pelos comentários a respeito serem:

“Pega muito mal morrer com a camiseta do chapolin colorado”

“Morreu porque estava na farra, se estivesse em casa tava vivo”

“É bom mesmo que morra um pra esse povo acabar com essa palhaçada”

São pessoas que morreram! São vidas que se perderam prematuramente! E há outras que nem ficamos sabendo de overdose de álcool e outras drogas dentro das repúblicas espalhadas pela cidade, do abuso sexual contra jovens embriagadas que além de sofrerem violência sofrem discriminação no atendimento médico e policial:

“Se não estivesse bêbada e andando de shortinho não tinha acontecido nada.”

“Fica biscateando por ai, se arrepende e vem falar que foi abusada.”

A lição que tiro de tudo isso é ambígua, pois existe a intolerrância de quem está "do lado de fora" do tusca, que acham que tinha de acabar com tudo e pronto. E desses esses jovens tem o desejo de romper com certas regras sociais, porém metem os pés pelas mãos por não saberem como usar a liberdade que lhes é dada em “três dias de folia programada.” Mas quem lhes outorga essa liberdade, a bebida, a festa, o centro acadêmico?

Não sei, apenas sinto que enquanto os padrões de diversão não mudarem, as pessoas não olharem com humanidade e amor as vítimas da sociedade da diversão a qualquer custo, muitas vidas serão perdidas e algumas no sentido literal da palavra.




segunda-feira, 5 de setembro de 2011

A Abolição do Homem

"O dever do educador moderno não é o derrubar florestas, mas de irrigar desertos. A defesa adequada contra os sentimentos falsos é incultar os sentimentos corretos. Ao sufocar a sensibilidade dos nossos alunos, apenas conseguiremos transformá-los em presas mais fáceis para o ataque do propagandista. Pois a natureza agredida há de se vingar, e um coração duro não é uma proteção infálivel contra um miolo mole."

Lewis, C. S. 2005. pag 12

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Retalhos

Existem duas formas básicas de se expressar a beleza. A natural que muitos diriam que vem de deus e outros, mais céticos, que vem ao acaso; outra milimetricamente medida e ponderada guardando as proporções exatas entre as partes para se chegar a esse fim. Mas a beleza presente em "retalhos" é de um terceiro tipo, uma que mescla naturalidade com ponderação, criando com um traço natural mas medido lindos retratos de uma história.

O livro é um recorte das memorias do autor, onde o mesmo relata parte da infância e adolescência vividas no interior dos EUA. Em meio a neve, acompanhamos o desenvolvimento do jovem Craig, as brigas e brincadeiras com o irmão, os pais, a escola, o acampamento da igreja, a religiosidade e a primeira namorada.


Surpreendi-me como em apenas duas "sentadas" li o grande volume de 592 páginas, como essas memórias de outra pessoa me catapultaram as minhas próprias, em como o título é muito apropriado, pois sempre tendemos a lembrar das coisas em pequenas cenas, apagando aqui e ali o que julgamos pouco importante. Como o próprio autor comentou em uma entrevista: Tudo que está nas páginas do livro realmente aconteceu. A ficção está nos detalhes que eu escolhi omitir. Por exemplo, eu tenho uma irmã. Cada personagem é um pouco de ficção porque eles são filtrados por minha percepção. Eu certamente não sou um narrador onisciente.

Lembro quando vi esse livro pela primeira vez, estavamos na fila do teatro na virada cultural e um fulano, cujo qual não me recordo o nome, estava com ele nas mãos. André e eu puxamos conversa só para ver que livro era...rs Anos depois quando li o livro, penso, se fizesse algo do gênero colocaria essa memória, pois é assim que tecemos as memórias e conhecemos coisas e pessoas, por acaso em uma fila. Enfim, "Retalhos" é um interessante exercício narrativo, que prende o leitor desde a primeira página e sem dúvida um deleite aos olhos.


"Retalhos"
Craig Thompson
tradução de Érico Assis
Quadrinhos na Cia, 2009
592 págs.

Outros trabalhos do autor podem ser vistor aqui e aqui.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Texto abandonado I

Eu queria ser fernando pessoa
pra nao ser apenas um
mas ser vários

Queria ser poeta
pra melhor exprimir
o que o meu único eu sente

Queria ser muitos
para chegar a essencia
de apenas um

Queria trincar a terra toda
para sentir o mundo sem pensar
ou, simplesmente, pensar o mundo sem sentir,

Começei e abandonei isso aí depois de visitar a exposição sobre ele no Museu da Língua.

Textos abandonados

As vezes me surpreendo com as coisas que encontro no meu pc. Textos, fotos, músicas é quase como revirar um sala cheia de cacarecos empoeirados...rs Então, para ver se retomo um pouco da regularidade desse meu humilde espaço, estou disposta a publicar alguns dos papeis velhos que econtro pelo hd.

Longe de mim ser um João Cabral, guardando os textos para ver se presta depois. Os meus não prestam muito nem antes e muito menos depois, mas pelo menos enche o blog..rs

E também tomo essa iniciativa pelo fato de uma das minhas duas leitoras ter apontado que não coloco nada aqui a semanas.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Comédias

Reconheço mais uma vez que os velhos eram melhores, pois as últimas realmente boas as quais assisti tem pelo menos trinta anos. Não comento isso para entrar na vibe saudosista do Pitaqueiro - que alias está bem longe de nós - mas por verificar isso nos títulos desse gênero tão injustiçado.

Atualmente as comédias seguem dois padrões: filmes água com a áçucar, mais popularmente conhecido como comédia romantica ( geralmente com a Jennifer Aniston o modelo 2.o da Meg Ryan ou a Sandra Bullock, que tratam de uma história de amor extremamente pueril e com final de contos de fadas; verdadeiras odes aos sonhos das jovens que namoram o babaca mas sonham em encontrar o homem perfeito esperando por elas em um lugar próximo e inusitado.) Os outros são uma "geléia geral" de todo o resto de comédia barata, belos corpos a mostra com piadas insuantes, escatólogia e homofobia.

Ou ainda o gênero está tão escasso que eles colocam qualquer filme que tenha mais de duas piadas como tal. Pois, até hoje não consegui entender como "Volver" e "Adeus Lenin" são comédias, a não ser que você tenha ido ao cinema com o marques de sade.

Enfim, voltando aos clássicos. Essa semana vi dois muito bons "O pecado mora ao lado" de 1955 e "Se meu apartamento falasse" de 1960, ambos do maior diretor do gênero Billy Wilder que também assina a mais aclamada comédia de todos os tempos "Quanto mais quente melhor" de 1959.

Os três filmes carregam a essência do filme de humor atual, tanto o romance como piadas sobre garotas e bebidas mas tudo isso tratado de uma forma inteligente e rica de significados.Tratando também de temas muito polêmicos para a época como sexo casual e infidelidade conjugal e alguns delicados até hoje como a beleza x inteligencia. E também sempre nos brindando com a imagem da loura mais estonteante de todos os tempo Marilyn Monroe Gisele fica no chinelo perto dela.

Poderia ficar a descorrer por páginas sobre as grandes comédias de Chaplin e Woody Allen, mas seria impróprio, então vou arrematar com um pensamento do dia. Nem todo piada merece uma risada, então nem todo filme ruim merece ser chamado comédia.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Bolas de feno rolando por esse blog....
Bolas de feno ....Bolas de feno rolando por esse blog....
Bolas de feno rolando Bolas de feno rolando por esse blog....
Bolas de feno rolando por esse blog....Bolas de feno rolando por esse blog....