quinta-feira, 23 de abril de 2009

"O sertão é o universo*"

O universo cabe em uma representação? Meu sertão é tão árido e delimitado a esse ponto? Foram as perguntas que saltaram-me a mente quando o professor colou esse texto na lousa.

O que sabemos e somos é tão vasto quanto nossa dimensão de ser, quanto mais se tem consciência do viver mais pleno ele se torna, em contraponto o que o realmente sabemos sobre nós e sobre o mundo?

A grandeza do mundo é infinita embora o tamanho deste seja limitado, explico, o mundo é intelígivel ao homem em sua plenitude, uma vez que não se pode sentir, respirar e entender o mundo em sua "inteireza", este nunca poderá ser representado; ainda mais pelo pobre espírito humano que nunca deixa de enviesar os olhos pelo pensamento.

Alias a grandeza do pensamento humano é comparável a do universo. Tudo que pensamos em apenas um dia, se fosse quantificado, representado ou escrito, chegaria quase ao infinito. Se nem ao menos consegue-se assimilar o sentido e o pensado criados por nós mesmos em um dia, o mundo será um eterno enigma pois nunca o compreenderemos por completo.

Por mais que conheçamos nosso sertão ele sempre será infinito e novo a cada olhar e por isso nunca algo maior que o observador, pois ele sempre o renova com pensamentos e sentimentos novos em relação ao redor, daí a representação do mundo pelo homem ser ele mesmo.

* Frase de João Guimarães Rosa.

Um comentário:

André Rocha disse...

É possível pensar em uma relação dialética aí: Representamos e pensamos o mundo, ou o nosso sertão, de acordo com nossos experiências e com isso a representação e o pensamento nos revela.Ou seja,eu é um outro. Entretanto, nos permitimos experiências em função daquilo que pensamos e representamos. O ser é a síntese a ser buscada.